13 de dez. de 2010

O auto-exame no homem!

Todo mundo conhece o auto-exame das mamas para o sexo feminino, que deve ser mensal e realizado por todas as mulheres sem exceção logo a partir da primeira menstruação, devido à alta incidência do câncer de mama.

O que pouca gente sabe é que os homens também precisam fazer o auto-exame mensal, mas dos testículos. Qualquer anormalidade deve ser discutida com o médico. Problemas dos testículos são mais comuns do que podemos imaginar; porém em menor freqüência, se compararmos com as alterações da próstata, que são mais difíceis de diagnosticar.

Sintomas como diminuição do jato urinário, dificuldade em começar a urinar e aumento da freqüência urinária devem ser investigadas pelo médico especialista. Na maioria das vezes trata-se somente de um aumento benigno da próstata, mas só depois de uma investigação minuciosa que será dado o diagnóstico final.

Todos os homens devem fazer seu exame prostático pelo menos uma vez ao ano depois dos 50 anos de idade, com a associação do teste de antígeno prostático específico (um exame de sangue que não deve ser realizado sem antes de um exame clínico). Se houver algum caso de câncer de próstata na família esses exames devem começar a serem realizados logo depois dos 40 anos de idade.


Dr. José Bento de Souza, CRM 43469, é médico ginecologista e obstetra,  atuante nos Hospitais Albert Einstein e São Luis. Participa de vários programas de televisão e rádio respondendo a dúvidas relacionadas a saúde da mulher.

Os riscos de ter uma vida sedentária!

O sedentarismo é definido como a falta ou a grande diminuição da atividade física, e você já deve ter ouvido falar que ele é considerado a doença do próximo milênio.

Para deixar de fazer parte do grupo dos sedentários, o indivíduo precisa gastar no mínimo 2.200 calorias por semana em atividades físicas.

Você sabia que a vida sedentária provoca literalmente o desuso dos sistemas funcionais? O aparelho locomotor e os demais órgãos e sistemas solicitados durante as diferentes formas de atividade física entram em um processo de regressão funcional, caracterizando, no caso dos músculos esqueléticos, um fenômeno associado à atrofia das fibras musculares, à perda da flexibilidade articular, além do comprometimento funcional de vários órgãos.

O sedentarismo é a principal causa do aumento da incidência de várias doenças. Hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do colesterol, infarto do miocárdio, são alguns dos exemplos das doenças às quais o indivíduo sedentário se expõe.

Praticar atividades esportivas como andar, correr, pedalar, nadar, fazer ginástica são propostas válidas para evitar o sedentarismo, e importantes para melhorar a qualidade de vida. Recomenda-se a realização de exercícios físicos de intensidade moderada durante 40 a 60 minutos de 3 a 5 vezes por semana.

Dessa forma, com certeza você estará se distanciando do sedentarismo e lhe dando chances de ter uma vida mais saudável e com qualidade!

Mas lembre-se, consulte sempre seu médico antes de iniciar uma nova atividade física.


Dra. Tania Navarro Vital Minosso, CRM 59237, é médica cardiologista e Membro da SOCESP - Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo.

O que é melhor, correr ou andar?

Essa tem sido a pergunta mais freqüente dos últimos tempos! Do ponto de vista cardiovascular, qualquer exercício físico é útil e, inúmeras pesquisas pelo mundo comprovaram que pelo menos 30 minutos diários de atividade física moderada, ou seja, trote (60 metros por minuto) na maioria dos dias da semana (quatro a cinco dias) resulta em enorme benefício para o coração. Além disso, associar o fortalecimento muscular ao treino aeróbico melhora ainda mais a condição do praticante.

A diminuição do risco de um ataque cardíaco se aproximou dos 35% nos praticantes regulares de exercícios físicos moderados, por cinco anos. Essa importante informação científica foi divulgada pelo Ministério da Saúde dos EUA (NIH), fazendo com que a prática de atividade física fosse incentivada em vários países. E, para os idosos com mais de 75 anos a prática do andar lento e regular, mudou completamente a qualidade e até a quantidade de vida deles.

Uma pesquisa realizada no Havaí por mais de 20 anos, com descendentes de japoneses que lá vivem, comparou idosos ativos com sedentários e concluiu que os ativos viviam muito mais e melhor. Desde o ano 2000, a Federação Mundial de Cardiologia (World Heart Federation) recomendou que fosse estimulada a atividade física simples como a caminhada acelerada para todos. Ela não exige treinamento, técnica, equipamentos ou instrutores e nós cardiologistas brasileiros seguimos essa recomendação.

E a corrida? A resposta é: desde que você esteja em boas condições médicas poderá ser praticada. Os benefícios cardiovasculares são os mesmos da caminhada acelerada, porém alguns cuidados devem ser tomados para diminuir os riscos de problemas ortopédicos e cardiovasculares e, sem dúvida é necessária avaliação e orientação médica prévias.

Para aqueles que têm antecedentes familiares diretos e pessoais com alguma doença cardiovascular, idade superior a 40 anos (homens) e 45 (mulheres), indicamos consulta especializada, eletrocardiograma, teste ergométrico realizado por cardiologista, além de alguns exames de laboratório. Se for só caminhar sem correr, não há necessidade de teste ergométrico e, para os adolescentes e jovens, não atletas, basta uma consulta especializada e eletrocardiograma e alguns exames de laboratório.

Para os caminhantes e corredores, mais algumas recomendações gerais:

1.    Ao ar livre, escolha lugares sombreados e arejados, de preferência longe da poluição dos escapamentos dos veículos;
2.    Proteja-se do sol, usando camisetas permitam suar naturalmente, evitando a desidratação provocada por vestimentas de poliéster/nylon;
3.    Nunca saia em jejum, coma uma fruta ou algo leve e tome muita água aos goles;
4.    E, não esqueça, antes e durante sua caminhada ou corrida, use um calçado em bom estado e com ótimo amortecedor.

Devo lembrar que, as crianças devem ser estimuladas a praticar atividades físicas, porém esta prática deve ser mantida pela vida toda. O indicado para as crianças são esportes coletivos pelo maior e melhor convívio com outros. O esporte individual para a criança não é ruim, porém requer um acompanhamento e orientação mais cuidadosa da família e do técnico, para obter-se uma boa formação psicológica. Ótimos jogadores iniciantes, pela cobrança da família e amigos, viraram jogadores apenas medianos quando adultos. Portanto, até os 12 anos  estimular os esportes coletivos além do individual é o ideal, pois como os resultados serão divididos nesse ambiente aparecerão futuros líderes.

ATENÇÃO: os benefícios para a saúde, adquiridos na prática da atividade física regular, só serão mantidos caso ela seja regular e não por curtos períodos. Não existe “poupança de benefícios do exercício físico” para o futuro. Esportistas jovens que depois se tornaram sedentários tiveram a mesma porcentagem de doenças cardiovasculares dos nossos criticados sedentários, os que nunca haviam praticado um esporte antes!





Dr. Nabil Ghorayeb, CRM 15715, é médico cardiologista, especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia – Associação Médica Brasileira e Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP. É também especialista em Medicina do Esporte pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte – AMB. Coordenador Clínico do Sport Check-up-HCor do Hospital do Coração da Associação do Sanat Sírio (SP). Chefe da Seção Médica de Cardiologia do Exercício e do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.