26 de jan. de 2010

Depressão afasta 10 pessoas por hora do trabalho


Problema é mais comum em mulheres e estudo mostra que

elas recorrem aos medicamentos por conflitos na família




Foto: Getty Ampliar


Mulheres têm mais depressão que os homens




Durante o ciclo de uma hora percorrido pelo ponteiro do relógio, dez pessoas precisaram pedir afastamento do trabalho para tratar depressão, síndrome do pânico e outros transtornos de humor. Os 83.209 casos registrados entre janeiro e novembro de 2009 no País ¬- levantados pelo Delas no site do Ministério da Previdência Social - não são separados por sexo, mas os especialistas atestam que o problema, em maioria, é feminino.
Pesquisas já mostraram que mulheres aparecem até duas vezes mais do que os homens nas estatísticas (informações da Associação Brasileira de Psiquiatria) e um dos motivos é que elas são mais vítimas dos dois vilões depressivos: o estresse e ansiedade. Segundo dados já divulgados em um levantamento feito pela seguradora de saúde SulAmérica, no sexo femino 51% são estressadas contra índice de 28% na parcela masculina.


"Além do estresse, as mulheres são mais vulneráveis por questões químicas mesmo", afirma o psiquiatra Ricardo Moreno, membro da ABP e diretor do Grupo de Estudos de Doenças Afetivas do Hospital das Clínicas de São Paulo. "Os hormônios, presentes desde a infância até a época da menopausa, são influentes nas manifestações depressivas".


Democrática, a depressão não escolhe classe social antes de bater à porta. Pode trazer seus impactos tanto na vida profissional da maior executiva da empresa quanto da funcionária encarregada pela faxina. Isso porque, em especial no recorte feminino, a depressão não é despertada pelo cargo exercido. Segundo os especialistas, o "gatilho" do problema em geral é o acúmulo de funções sociais e empregatícias. A dupla jornada, é sabido, está em todos os lares.


De acordo com Moreno, a influência dos transtornos de humor e depressão no emprego é total porque, além da tristeza, melancolia, falta de ânimo, é uma "síndrome que acarreta dificuldade para pensar e raciocinar. Influencia também na concentração e no raciocínio, agravada pelas possíveis alterações do sono e do apetite", informa o médico. O rendimento é comprometido e o que só parece tristeza, na verdade, funciona como um bloqueio sólido da execução de tarefas.


Banalização da depressão


Apesar do ano de 2009 ter colecionado 252 casos diários de afastamentos para tratar depressão e outros transtornos de humor, o cenário é de diminuição de registros. Na comparação com o ano de 2008 (94.887 casos) a redução de casos é de 14%.



Um dos motivos para o declínio, acreditam os especialistas, é a melhora do acesso aos tratamentos psíquicos e também medicamentos para os problemas de saúde. Dados da indústria farmacêutica apontam aumento de 44% das vendas de antidepressivos e ansiolíticos nos últimos quatro anos, com movimentação estimada de R$ 977 milhões anuais.


Além do setor privado, o Sistema Único de Saúde (SUS) também tem aumentado a oferta de remédios desta classe terapêutica. Em 1999, o Ministério da Saúde fornecia seis tipos de medicamentos desta linha e, em 2008, a quantidade aumentou para 14. A Furp - fabricante paulista de remédios - aumentou em 3,4% a distribuição de antidepressivos.
Ainda que os especialistas brindem a melhor oferta de ferramentas para amenizar os danos acarretados pela depressão, todos são unânimes ao ressaltar um efeito colateral da venda crescente das pílulas: o mau uso.
Levantamento do Centro Brasileiro de Informações Sobre Dorgas Psicotrópicas, feito com 10.919 receitas de um popular antidepressivo, confirmou o uso irregular. Metade dos receituários era associado a outras drogas, todas com foco em emagrecer. O uso estético da medicação psiquiátrica é equivocado e, além de dependência, pode trazer outros efeitos coletarais graves, como taquicardia.


Remédio sem conversa



A banaliazação do uso dos antidepressivos também foi mapeada pelo professor de ciências farmacêuticas da Universidade Federal de Goiás, Reginaldo Mendonça. Ele acompanhou por dois anos 23 usuárias destes remédios e atestou que elas buscam nas pílulas formas de amenizar conflitos familiares.



"O uso medicamento, quando necessário, não é um problema", afirma Mendonça. "A questão é que na maior parte das vezes esse uso é feito sem um acompanhamento próximo do especialista (psiquiatra ou psicólogo) e sem diálogo. A medicação, portanto, torna-se a única forma que a mulher encontra para conviver com o problema e não resolvê-lo", completa ao citar um exemplo. "A mulher busca ajuda do antidepressivo porque estava nervosa demais, sendo muito agressiva com os filhos e marido. O pano de fundo do nervosismo, exemplifica o pesquisador era um casamento complicado, sem conversa e parceria.
"Se ela só tomar o remédio, sem o suporte de uma terapia ou acompanhamento, a paciente só vai ficar mais calma e não reagir pela mudança. Ela não ataca a raiz do problema que é a melhora da relação."


O que é a obesidade?





O que é
Ser obeso signifca ter uma quantidade de gordura tão grande em seu corpo, que isso coloca sua vida em risco. O excesso de gordura pode levar ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, doenças do coração, pressão alta, artrite, apnéia e derrame. Por causa do risco envolvido, é bom que você perca peso mesmo que não esteja se sentindo mal agora. É difícil mudar seus hábitos alimentares e fazer exercícios. Mas, se você planejar, pode conseguir.

Como posso saber se sou obeso?
Você pode usar uma medida chamada Índice de Massa Corpórea (IMC) para verificar se o seu peso está num nível perigoso para sua saúde. O IMC é uma combinação de altura e peso. Se você tem um IMC maior do que 30, seu peso extra coloca sua saúde em risco.

O lugar onde você concentra a gordura pode ser tão importante quanto o peso em si. Pessoas com gordura localizada na barriga, mais do que nos quadris, têm maior propensão a ter problemas de saúde. Nas mulheres, uma cintura de 89 cm aumenta a chance de doenças. Nos homens, o equivalente seria uma cintura de 100 cm. Nas pessoas asiáticas, os problemas começam a surgir com uma cintura menor, de 80 cm para mulheres, e de 90 para homens.

O que causa a obesidade?
Quando você ingere mais calorias do que gasta, você ganha peso. O que você come e as atividades que você faz ao longo do dia influenciam nisso. Se seus familiares são obesos, você tem mais chances de também ser. Além disso, a família também ajuda na formação dos hábitos alimentares. A vida corrida também torna mais difícil planejar refeições e fazer alimentações saudáveis. Para muitos, é mais fácil comprar comidas prontas e comer fora. Não há soluções de curto prazo para a obesidade. O segredo para perder peso é ingerir menos calorias do que você gasta.

Já tentei várias dietas, mas sempre recupero o peso depois. O que fazer?

Foque na saúde, não em dietas
As dietas são mais difíceis de se manter e normalmente não funcionam a longo prazo. É duro se manter numa dieta que inclui mudanças muito radicais nos seus hábitos alimentares. Em vez de uma dieta, foque em mudanças no estilo de vida que melhorarão sua saúde e o ajudarão a encontrar o equilíbrio. Pequenos passos podem significar muito. Perder cerca de 4,5 kg pode fazer uma grande diferença na sua vida.

Faça um plano de mudanças
Trabalhe com seu médico para desenvolver um plano de trabalho. Peça a amigos e familiares que te ajudem a se manter na meta. Seu médico também pode indicar uma dieta para facilitar a montagem de um cardápio. Quando você se desviar do programa, não se zangue. Descubra o que fez você fugir dele e como você pode consertar isso.

Como posso me manter no programa, mudando meus hábitos?
É difícil mudar hábitos. Mas você precisa ser firme. Tenha certeza de que essa é a hora para você. Você está pronto para encontrar as mudanças? Tem o apoio de familiares e amigos? Sabe quais são os primeiros passos. Ser saudável é um projeto para a vida toda. A maioria das pessoas tem mais sucesso quando faz pequenas mudanças. Um passo de cada vez. Pesquisas mostram que quem fica de olho naquilo que come se dá melhor na perda de peso. Mantenha um caderno onde você pode escrever tudo aquilo que você come e bebe todos os dias. Você pode se surpreender com o tanto que está comendo e bebendo. Uma calculadora de calorias também pode ser útil. Da mesma forma, veja quantas calorias gastou com as atividades físicas que realizou.

É possível tomar remédios ou fazer uma cirurgia?
Cirurgia e remédios não fazem nada sozinhos. A maioria das pessoas precisa também de mudanças nos hábitos alimentares e nos exercícios físicos. Antes que o médico prescreva remédios ou cirurgias, ele provavelmente lhe dará uma dieta de umas seis semanas. E mesmo depois dos remédios e da cirurgia, você precisará adotar novos hábitos alimentares para o resto da vida.