Uma grande ampulheta foi colocada em algumas das maiores cidades do Estado de São Paulo nestes últimos dias. Localizada nas regiões centrais, com grande tráfego de pessoas, ela marca o inicio do fim de décadas de tolerância em relação à fumaça do cigarro no Brasil. Com a aprovação da LEI Nº 13.541, DE 7 DE MAIO DE 2009 do Governo do Estado de São Paulo, estamos em contagem regressiva para a implantação de ambientes totalmente livres de tabaco nos ambientes coletivos fechados ou parcialmente fechados, públicos ou privados, a partir do dia 7 de agosto de 2009, em todo o Estado de São Paulo, incluindo aí a sua empresa. De acordo com os dados do INCA* 20% do total dos colaboradores de sua empresa são fumantes, sendo que 90% deles começaram fumar até os 19 anos de idade. E eles não terão mais os extintos fumódromos para usar.
A manutenção do fumódromo por parte da empresa acarretará pesadas multas, e por fim, até o seu fechamento. É preciso compreender que toda diminuição ou cessação do tabaco produz abstinência. Isto porque o tabagismo é uma doença (CID X – Classificação Internacional de Doenças). Uma doença que é primeiramente pediátrica – e que depois se cronifica. Ou seja, começa na infância e se desenvolve pela vida adulta. O colaborador poderá desenvolver abstinência em maior ou menor intensidade, dependendo do seu grau de dependência. Os sintomas que ele poderá ter são: cefaléia, irritação, ansiedade, depressão, insônia, agitação, nervosismo e vontade intensa de fumar (fissura). Sabedores de tudo o que os espera, os colaboradores estão preocupados e desejosos de aproveitarem a ocasião para pararem de fumar.
Quem os ajudará?
Para o RH é uma bela oportunidade para implantar programas de tratamento do tabagismo. E com isto, tornar o seu colaborador mais saudável. O seu colaborador precisa de toda ajuda do RH neste momento. Algumas dicas são: providenciar água em abundancia para ele tomar, orientar os encarregados que seu subordinado poderá estar mais sensível emocionalmente por causa da abstinência, oferecer a ginástica laboral para ajudar a diminuir a ansiedade, e informá-lo que o desejo intenso de fumar dura apenas cinco minutos, e que se ele procurar se distrair nesse tempo ou andar, a vontade de fumar diminuirá, juntamente com seu sofrimento.
Esses manejos são importantes, mas efetivamente a estratégia mais eficaz é possibilitar ao colaborador participar de um programa de tratamento para parar de fumar junto com outros colaboradores fumantes. Eles poderão colocar em ação a sua motivação para parar de fumar e desenvolver estratégias de enfrentamento da dependência, orientado por profissional competente, e em parceria com o departamento médico da empresa.
Abolir a fumaça do cigarro da empresa é libertar ao colaborador de sua dependência. E por enquanto, legalmente, esse privilégio é apenas no estado de São Paulo. Mas, para os outros estados do Brasil, simbolicamente, a ampulheta está colocada.
* Instituto Nacional do Câncer